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Borboletas
Borboletas

 

  

 

BORBOLETAS

 

 

Desde as antigas culturas que existiram ao longo dos séculos passados, até os dias atuais, as borboletas tem exercido grande fascínio, sendo considerada pela psicanálise como símbolo de transformação, renovação e renascimento. Devido principalmente à metamorfose, um dos grandes mistérios da Mãe Natureza, é vista como símbolo de paciência e de inconstância, de transformação e de um novo começo.

Por ter um curto período de vida na fase adulta, que pode durar de duas semanas a três meses dependendo da espécie, também representa a efemeridade da beleza, da felicidade, da natureza.

O enclausuramento espontâneo da lagarta em seu casulo representa o nosso próprio processo de autoconhecimento, quando nos “fechamos” para o mundo exterior e penetramos profundamente em nosso íntimo, através principalmente da meditação. Ao alcançarmos o contato com o nosso interior, podemos perceber nossa beleza pessoal, nossos mistérios, nossas riquezas, nossa verdadeira essência. Dessa forma, conseguimos compreender a nossa ligação com o Todo Universal e isso nos proporciona um enorme sentimento de liberdade e auto-estima. E então, estamos prontos para “renascer” borboletas.

 


 

As borboletas são comumente associadas à liberdade, devido à beleza de seu voo, leve e singelo, que remete ao sempre existente desejo do Homem de ter a capacidade de voar, e não só de alçar voo, mas também no que se refere às conquistas, viagens e sonhos ainda não concretizados.

Desta forma, por ser fonte inspiradora de tantos significados e simbologias, a borboleta surge como personagem de diversas lendas, contos e histórias, estando presente nas mitologias, inclusive diretamente ligadas a deuses.

 

A Borboleta e a Alma

 

 

A borboleta é associada à leveza, transição, imortalidade e reencarnação (ressurreição, ressurgimento) da alma.

Todos os estágios pelos quais a borboleta passa: ovo (que contém a potencialidade do ser), lagarta (fase jovem), crisálida (a transformação) e borboleta (fase adulta) simbolizam o processo evolutivo da alma. E assim, repetidamente, nossa alma passa por estes estágios, em ciclos de uma espiral ascendente que representa o caminho evolutivo, com o objetivo final de retorno à Luz original.

Cabe ressaltar a importância da simbologia da borboleta nas mais diversas culturas, bem como a variação dos significados da mesma nos diversos lugares onde haja, devido às diversas formas de vida, crenças e religiões.

A associação da borboleta com a reencarnação surgiu quando o deus hindu Brahma presenciou a transformação de pupas em borboletas.

 

 

Devido a essa associação, no Egito antigo, as paredes dos túmulos costumavam ser enfeitados com borboletas douradas, pois as bandagens que envolviam as múmias eram comparadas às crisálidas das borboletas.

Originalmente, o termo grego “psyche” tinha como significados: “alma”, no sentido de fonte de vida do homem; e “borboleta”, como símbolo do espírito imortal. Na mitologia grega, a personificação da alma foi representada por uma mulher-menina com asas de borboleta, chamada Psiquê. De acordo com as crenças populares gregas, quando alguém morre, o espírito sai do corpo em forma de borboleta e voa a seguir o seu novo caminho.

Na Irlanda, no final do século XVII, proibiu-se que borboletas brancas fossem mortas, pois havia a crença de que eram elas as responsáveis por carregar as almas das crianças.

Os Maoris (Nova Zelândia) creem que a alma volta à Terra como borboleta, após a morte do corpo físico humano.

 

 

Pela visão xamânica, o intenso e completo poder de autotransformação pelo qual as borboletas passam durante a sua metamorfose, é visto como a energia (poder) de cura que as mesmas possuem.

Em um conto irlandês (Corte de Etain), o Deus Miter casa-se pela segunda vez com a Deusa Etain. Sua primeira esposa, com ciúmes, transforma Etain em uma poça d'água. Passado algum tempo, desta poça nasce uma lagarta que, por sua vez, se transforma em uma linda borboleta púrpura. Esta borboleta apresentava olhos brilhantes como pedras preciosas; o bater de suas asas criava sons da mais linda melodia; seu perfume aplacava a fome e a sede de quem o sentisse; durante o seu voo, caiam gotas de suas asas, que curavam os males, dores e doenças. Simbolicamente, esta borboleta representa a liberdade da alma após seu desprendimento da carne, transformada em luz e amor.

 

 

Em vários de seus mitos, os maias e astecas também fazer associação das borboletas com a alma. Para estes povos pré-colombianos, que viviam onde atualmente se encontra o México, a borboleta estava associada ao fogo, pois Huehueteotl, Deus do Fogo, utilizava um peitoral que era chamado Borboleta de Obsidiana que, por sua vez, simbolizavam a alma ou o sopro vital que escapa da boca de quem está morrendo, ou seja, o “fogo oculto”. Sendo assim, acreditava-se que os guerreiros mortos em batalha, após terem suas almas libertas, acompanhavam a luz do sol durante a manhã e, após o meio-dia, retornavam à Terra, sob a forma de borboletas, para proteger os guerreiros ainda em luta.

Os Balubas e Luluas, povos habitantes do Centro-Sul da República Democrática do Congo (antigo Kasai Ocidental, Zaire), costumam associar os ciclos da vida da borboleta às fases da vida humana, ou seja, na infância, o Homem seria a pequena lagarta, que cresce até a maturidade; o processo de envelhecimento seria a sua lenta transformação em uma crisálida; após a morte, o túmulo humano seria o casulo, de onde sua alma se liberta do corpo inerte e sem vida, transformando-se em borboleta.

 

 

Alguns povos iranianos e turcos, habitantes da Ásia central, acreditam que, após a morte, os falecidos podem surgir durante a noite, sob a forma de borboleta.

Na década 1990/1999, prisioneiros chineses condenados à morte, adeptos da religião budista, desenharam borboletas brancas nas paredes de suas celas.

Na visão cristã, os estágios da metamorfose da borboleta significam, respectivamente, a vida, a morte e a ressurreição, representando a imortalidade da alma, apesar de todas as etapas pelas quais ela passa.

 

 

No Japão, o equilíbrio e felicidade matrimonial é representado por duas borboletas (almas que se encontram), e essas imagens costumam ser utilizadas nas decorações de festas de casamento. Também é o símbolo das gueixas, por representar a figura feminina, e toda a sua delicadeza, gentileza, ligeireza e graciosidade. Também são vistas como espíritos viajantes que, quando surgem, vem para anunciar a morte de uma pessoa conhecida, amigo os parente.

Nos países China e Vietnam a imagem da borboleta é utilizada para desejar votos de longevidade, também sendo associada ao crisântemo, por simbolizar o outono, estação da renovação.

Em muitos lugares, costuma-se esculpir imagens de borboletas em túmulos de crianças, em associação ao curto período de existência física (corpórea), em contraposição à eternidade da alma.

 

Curiosidades Sobre as Borboletas

 

 

- As borboletas necessitam da energia do sol, que é captada por suas asas, a fim de poderem voar.

- Não há outro animal, em toda a natureza, que passe por uma metamorfose tão intensa e completa quanto a borboleta.

- A formação dos seus olhos apresenta 12 mil facetas (lentes), cada qual com o seu próprio nervo óptico, e cuja disposição tem inclinações diferentes, a fim de que cada lente gere uma imagem de uma direção, o que as possibilitam enxergar em um raio de 360 graus. Porém, apesar dessa capacidade, elas não podem detectar movimentos lentos. As cores que conseguem perceber são o verde, o amarelo e o vermelho. Além disso, são capazes de ver os raios ultravioletas, os quais são imperceptíveis ao olho humano.

 

 

- Elas possuem dois pares de asas, os quais apresentam as mais variadas combinações de cores, que são como uma espécie de “carteira de identidade”, e que possibilita a identificação do sexo e família a que pertencem. Além disso, as asas são formadas por escamas, somente perceptíveis ao microscópio. Daí pertencerem à ordem dos Lepidópteros, termo que significa literalmente “asas em escamas”.

- Pode-se dizer que as antenas das borboletas são o seu “nariz”, os quais possuem grande sensibilidade para a percepção dos mais diversos odores, ajudando-as a encontrar flores e outros insetos.

- A vida das borboletas é relativamente curta, variando entre um mês até o tempo máximo de um ano.

 

 

- A alimentação das borboletas consiste no néctar das flores e do sumo de frutas, enquanto que em seu estado larval (lagarta) ela se alimenta apenas de folhas e vegetais. As borboletas utilizam-se da trompa para sugar o seu alimento, o qual pode apresentar um tamanho considerável, quando estendido, dependendo do tipo de flores das quais a espécie se alimente. Quando não está utilizando a trompa, a borboleta a enrola para uma estrutura protetora que se situa abaixo da sua cabeça.

- As larvas das borboletas passam por sete ecdises (ou muda), que é a troca do exosqueleto (esqueleto por fora do corpo), procedimento esse necessário durante o seu crescimento, até sua transformação no inseto alado final.

 

 

- Os espécimes adultos, macho e fêmea, se reconhecem e atraem pela cor e pelo cheiro. O acasalamento pode ocorrer durante o voo, com duração de até uma hora. Após a fecundação, a postura dos ovos ocorre muito rapidamente, podendo acontecer em apenas 24 horas. A eclosão dos ovos se dá entre 5 e 10 dias, e os filhotes são chamados de larvas. Após o desenvolvimento do casulo, elas passam a ser chamadas de crisálidas ou pupas, e é dentro do casulo que a futura borboleta é formada. Após a saída do casulo, suas asas, ainda molhadas e amassadas, impedem o seu voo imediato. Somente depois de esticar e secar suas asas completamente, finalmente o nova borboleta executa seu primeiro voo.

- A velocidade do voo das borboletas é de, no máximo, 20 km/h. Entretanto, suas primas mariposas podem alcançar o dobro dessa velocidade.

 

 

- As borboletas variam bastante de tamanho, desde as minúsculas Phyllocnistis Spp, com apenas 3 milímetros, até a Attacus Atlas, com mais de 30 centímetros de envergadura. Seu peso pode variar entre o mínimo de 0,3 gramas, até as mais pesadas, que podem chegar a 3 gramas.

- Estima-se que, em todo o mundo, existam aproximadamente 24.000 espécies de borboletas, sendo nas regiões tropicais sua maior incidência, devido às condições mais propícias, tanto do clima quanto da variedade vegetal, não tendo sido registrada nenhuma ocorrência na Antártida. Todavia, ainda há muitas espécies a serem descobertas e catalogadas, em todo o mundo.

- Quando chega o inverno, as borboletas Monarcas dos Grandes Lagos (Canadá) viajam até o Golfo do México, a uma distância de 3.200 km, a procura de um clima mais ameno, só retornando ao norte na primavera.

 

(C.P.)

 

 

 

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